Ó Paí, Ó
Gênero: Comédia
Duração: 98 min
Origem: Brasil
Estréia – Brasil: 30 de Março de 2007
Estúdio: Europa Filmes
Direção: Monique Gardenberg
Roteiro: Monique Gardenberg
Produção: Augusto Casé, Paula Lavigne, Sara Silveira
Sinopse: Conflitos cotidianos dos habitantes de um bairro soteropolitano são abordados pelo longa de forma bastante crua. Partindo do fato que a dona do cortiço onde moram vários dos personagens resolve cortar a água dos inquilinos em pleno carnaval, tramas paralelas vão se desenrolando em meio à folia baiana. Dessa forma, são também mostrados os vários tipos que compõem a cultura do lugar, um dos mais diversificados do País. A população negra que habitava o centro histórico do Pelourinho, em Salvador, foi virtualmente expulsa dali no início dos anos 90. Em seu lugar, entrou a imperiosa indústria cultural. “Ó Pai, Ó”, o filme, mostra criticamente, ainda que sem dispensar um humor contagiante, as conseqüências desse movimento na vida da Bahia. O objetivo é levar para as telas o “teatro vital” do Bando de Teatro Olodum, que avalia as vibrantes tradições culturais baianas e a realidade cotidiana do povo. O filme funciona como uma cartografia cômica e dramática, mapeando os lugares, seus usos e significados: o espaço público das ruas e largos do Pelourinho, o cais apontando para fora do país; os bairros de classe-média e os sonhos frustrados de ascenção social; o “mundo cartão-postal” do guia turístico, dos gringos, do prazer, da música, do carnaval; a espetacularização de tradições afro-baianas, como a capoeira, a baiana estilizada de porta de loja; os embates entre seguidores do candomblé e evangélicos, perante o distanciamento do catolicismo. “Ò Pai, ó”, como o título indica em “dialeto baiano” “olhe para isso, olhe”; volta as lentes para o espaço privado de um cortiço. Dali vão surgir personagens-ícones da indústria cultural na Bahia, como Biocentão (cover de Beyonce) e Roque (rapaz taletoso, vindo do interior), de aparências curiosas e sonhos delirantes de sucesso na mídia e pelo mundo. Ali estará Psilene, ex-baiana de acarajé, que saíra do país com um gringo. Vamos conhecer também Neusão da Rocha, sapatona “retada” que toca seu bar no centro do bairro do qual todos foram expulsos, contando para isso com a ajuda de sua sobrinha, Rosa, pura sensualidade no mote sou de quem me quer”. Veremos ainda uma vidente jogadora de búzios, um travesti que se faz passar por mexicana para chamar a atenção…e Dona Joana, a impiedosa dona do cortiço, que perdeu tudo, mas achou a sua cruz e botou a vida nas mãos de Jesus.
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